we discovered that we love

Tenho medo.
Medo. Medo talvez seja a palavra que mais prevalece na minha cabeça estes dias, estes tempos. 
Queria poder parar o tempo agora, sem pensar em mais nada.
Não quero continuar, não por não conseguir, por não querer.
Por não ter força de vontade, não acreditar. Por muito que me digam vezes e vezes sem conta, não consigo acreditar neste momento que vá ficar tudo bem. 
Nascemos, aprendemos a viver apenas com o que é necessário, e sem sabermos, aprendemos a viver sem precisar de ninguém. Depois, chega alguém que destrói tudo o que aprendemos. Com quem partilhamos sorrisos, lágrimas, momentos. Em quem confiamos a nossa vida, a quem contamos coisas que nunca contámos a ninguém, nem sequer imaginámos contar.
Alguém que nos faz sentir bem, que está lá nos piores momentos. Chegamos a uma altura
em que entendemos que tudo o que sentimos antes não foi amor, foi talvez uma
paixão platónica que já todos tivemos.
Descobrimos que amamos quando coloca-mos o outro em primeiro lugar, quando um
sorriso do outro é mais importante que o nosso. Descobrimos que amamos quando
sentimos borboletas na barriga quando, a km de distância aquela pessoa nos liga.
Sabemos que amamos quando se ouve o nome daquela pessoa, ficamos num nervosismo 
constante, o nosso coração bate mais forte e por muito que tentemos disfarçar, sorrimos
sem razão aparente. 
Descobrimos que amamos quando é sempre a mesma pessoa em quem adormecemos a pensar, com quem sonhamos, e que está no nosso pensamento logo que abrimos os olhos de manhã e vemos a primeira brecha de luz, o primeiro raio de sol, a primeira gota de chuva.
Descobrimos que amamos quando olhamos para a lua numa noite de lua cheia e é nela que 
pensamos. Quando observamos as estrelas com esperança que o outro esteja a fazer o mesmo.
Quando vemos filmes com cenas românticas e é com essa pessoa que nos imaginamos naquele momento. Descobrimos que amamos quando é no nome daquela pessoa que pensamos quando nos dizem 'make a wish'. Descobrimos que amamos quando um único nome esteve no nosso pensamento enquanto lemos este texto.
Descobrimos que amamos pelo que nos tornamos, pelo que somos ou não somos mais,
por tudo aquilo que passámos a ser. Por todos os sonhos que deixámos de desejar, e todos
os novos que desejamos. 
Descobrimos que amamos, quando independentemente de tudo, é só uma pessoa com quem queremos estar, para os braços de quem queremos correr e nunca mais largar.
Descobrimos que amamos, não com palavras, mas com sentimentos.
Descobrimos que amamos, porque apenas com ela somos felizes.