Talvez esteja apenas num dia não.
Temos que fazer o que nos faz feliz, o que nos faz feliz, apenas isso.
Parece fácil, mas talvez na adolescência nem sempre somos nós que escolhemos
o que podemos ou não fazer, somos maioritariamente controlados por uma autoridade
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e dizem fazer tudo para sermos felizes, para aprendermos o que é viver, e o que é
lutar pra ser feliz. E no fundo, sabemos que é verdade, mas ficamos tão chateados
por não podemos fazer o que queremos que nem sempre nos lembramos disso.
Mas se somos privados de tudo, de sair, de tentar, de falar,
de dar, de receber, como podemos saber o que é realmente certo e errado, o que
nos faz felizes ou não ? Como podemos descobrir quem nos faz bem e quem nos faz
mal se não podemos dar-nos com quem queremos, mas sim com quem dizem que temos que nos dar ?
Como podemos nos apaixonar, cair e voltar a levantar se não nos deixam sair,
se não nos deixam sequer errar para aprender. Como querem que aprendamos
a correr se nem nos deixam andar ?
Nem sempre tudo é como queremos, mas fazemos porcaria, pagamos por isso
uma, duas, três vezes. Talvez nem assim aprendamos mas se não nos deixam continuar porque ainda continuamos aqui a tentar ? Mais vale esquecer, mais vale nem sequer sair de casa, nem sequer pensar em quem gostamos ou não, no que gostávamos de fazer ou não. Podemos ser novos,
mas sabemos tão bem como eles que este(s) erros que cometemos não foram os primeiros nem serão os últimos, mas mesmo sabendo que vamos errar porque não nos deixam continuar ?
Acreditem que já pagamos por isso, e sei que estão a tentar que não erremos de novo,
e provavelmente não desta maneira, mas haverão muitas mais maneiras que iremos errar, e
ninguém, nem mesmo os pais nos poderão impedir disso.
Pra quê sonhar ou não sonhar, afinal nem sequer podemos sair para ver como poderemos
tornar esses sonhos realidade.
Talvez seja um pouco de exagero, mas sou adolescente, não é a altura certa pra isso ?
Já sei que, como toda a gente diz, nesta idade pensamos que os nossos pais são os nossos maiores
inimigos, então não me censurem, faz parte. Mas acho que quando fazemos porcaria, o arrependimento
é o maior castigo de todos, o problema é quando não acreditam que o estamos a sentir verdadeiramente,
mas que estamos só a fingir para termos o que queremos.
As saídas com os amigos acabam por ser mais importantes do que qualquer pessoa pode imaginar,
talvez por isso os pais nos privem tantas vezes de ir, de estar com eles. Mas acho que acabamos por aprender logo
desde a primeira vez que ficamos proibidos de sair. Sim, continuamos a portar-mo-nos mal, talvez não
arrumemos o quarto como devemos fazer, não estudamos tanto como sabemos que o deveriamos fazer, mas valerá
a pena ficarmos em casa a pensar o quanto nos poderiamos estar a divertir ? Sim, para os nossos pais
faz todo o sentido, e sei que vou ter muitas mais saídas, muitas. Mas talvez o maior medo seja chegar
a idade adulta e pensar 'saí muitas vezes, é verdade, mas houve ali algumas vezes que terião
sido muito importantes para mim'. Talvez uma saída de grupo normal não afecte tanto, mas quando
sabemos que dali a um ano as lágrimas que iremos deitar não serão por não termos podido sair com essa(s)
pessoa(s), mas sim pelas saudades que sentimos dela, custa, custa imenso. E continua talvez o exagero, mas é normal, acho.
E agora sem pensar mais nos pais, sim, custa aproximar-mo-nos demasiado das pessoas, acabarmos por gostar
imenso delas, e acabarmos por saber que estes dias, estas semanas, este mês de Fevereiro será o primeiro
e o último que passarei ao lado delas. Custa já estar a pensar que daqui a uns 5 meses já nao terei
essas pessoas ao meu lado. Custa, custa sempre, mas acho que faz parte. Pelo que dizem, vai-nos acontecer
muitas vezes. Pessoas que amamos, ou pelo menos pensamos amar (pelo que dizem, nesta idade nunca sabemos
verdadeiramente o que é amar), vão-nos deixar, e aprenderemos a viver sem elas. É pena é ainda não sabermos bem
como lidar com isso.
Talvez seja apenas cena de 'pitas', mas não serei isso para sempre ? Para os mais velhos, sim, serei sempre. E não será por isso que será diferente, não vamos deixar de nos apaixonar por mais velhos ou mais novos, não nos deixaremos de dar com alguém apenas por ser mais novo, ou deixaremos ? Pelo menos eu não, e sim, provavelmente este texto seja uma coisa e 'pita', e sinceramente uma grande confusão, mas, pra mim, é apenas a verdade.
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